muriloPor Murilo Carvalho, cientista político

Na noite do dia 17 de maio de 2017, o que pareceu mais uma delação bombástica resultou em um agravamento da crise política e econômica no país, e as consequências resultaram em turbulência no Governo e na base aliada.

O Governo Temer contava nos dedos os votos para aprovar medidas e reformas que dividiam opiniões. Havia maioria, hoje não há base alguma para aprovação das reformas trabalhistas e previdenciárias.

Nesta semana, o presidente Michel Temer viu seu governo desestabilizar e aliados cogitam seu pedido de renúncia. O cenário não dá brechas para que o Governo se agarre em algum ponto positivo. No dia 6 de junho está marcado o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, ao mesmo tempo que a Câmara dos Deputados recebe vários requerimentos de abertura de impeachment. Todo esse cenário torna inviável qualquer deliberação de matérias no Congresso Nacional, e as reformas trabalhistas e previdenciárias se afastam cada vez mais da realidade de maioria de votos que antes o Governo tinha.

Importante lembrar que em caso de vacância do cargo de Presidente da República assume o Vice. No entanto, como Michel Temer não tem vice ele seria substituído de forma interina pelo presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ). Caso ele seja impedido, assume o presidente do Senado Federal, Senador Eunício Oliveira (PMDB/CE). Se o Senador for impedido, quem assume é a Ministra Carmem Lúcia, Presidente do STF.

Também é importante destacar que réu não pode estar na linha sucessória para Presidente da República, e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal já são investigados. Caso virem réus, a ministra Cármen Lúcia torna-se presidente da República, e o presidente eleito pelo voto indireto (escolhido por nossos representantes) assume o cargo até janeiro de 2019.