Por Marcello N.M. Avidos – Engenheiro Civil parceiro do Sindicondomínio-DF (CREA 7664/D – DF)
É muito cedo para se afirmar as causas reais do sinistro, pois nestes casos são realizadas perícias técnicas, que além da análise visual, realiza ensaios nos materiais de construção empregados, determinando seu estado físico, podendo levar às causas da ruptura.
É possível atribuir o colapso à falta de manutenção preventiva indicada por inspeções prediais periódicas. Uma estrutura de concreto armado dá sinais de falta de desempenho, como infiltrações recorrentes, fissurações e desagregações de concreto.
Não se pode atribuir a causa ao cálculo estrutural, ou à incidência de chuvas, que deixam o solo encharcado e pesado. O prédio possui mais de 40 anos, e se tivéssemos falha de projeto o incidente teria ocorrido há muito mais tempo.
Solo pesado é considerado em cálculo estrutural, mas perda de seção de armadura por corrosão, por exemplo, não é.
Ao meu ver, a edificação apresentava corrosão de armadura e fissurações por infiltração, devido à ineficiência do sistema de impermeabilização, o que diminuiu suas resistências iniciais. O fato somado ao aumento de carga sobre a laje por saturação do solo, causou o colapso da estrutura.
Acho de suma importância que as edificações façam inspeções prediais periódicas, realizadas por engenheiros especializados em análise de patologias de concreto e demais sistemas construtivos, para que sejam apontadas as manutenções corretivas e preventivas necessárias, evitando assim surpresas desastrosas como esta.
*O comentário acima é de responsabilidade do autor.
Parabéns pelas colocações e esclarecimentos prestados, pois os sindicos e administradores precisam sempre de ter embasamento técnico para uma tomada de decisão firme e respaldada em orientações de profissionais que detenham conhecimento profundo sobre o tema.
Parabéns, pela abordagem. Técnica e coerente. . É mais do que claro a necessidade de manutenção preventiva!