Diretor regional da Associação Brasileira de Empresas de Elevadores, Eduardo Costa

Diretor regional da Associação Brasileira de Empresas de Elevadores, Eduardo CostaFoto: Divulgação

Na última semana, uma mulher de 58 anos morreu ao cair no fosso de um elevador no prédio onde morava, no bairro das Graças, no Recife. A vítima caiu do sexto andar, ao abrir a porta e o elevador no mesmo pavimento. Ela se desequilibrou e caiu em cima do tampo do elevador e em seguida no vão entre o equipamento e o fosso. As equipes de bombeiros foram acionadas mas já a encontraram sem vida. Diante do fato trágico muitas perguntas surgem: havia manutenção no elevador? Por que o mesmo abriu a porta sem que ele estivesse no andar?

Para orientar os síndicos e moradores sobre a importância de haver manutenção permanente nos elevadores, ouvimos o diretor regional da Associação Brasileira de Empresas de Elevadores, Eduardo Costa, que também é diretor da Dibasa Elevadores e atua no segmento há 35 anos. Ele afirma que muitos problemas podem ser observados pelos próprios usuários.

“Um olhar e ouvido mais atento do passageiro pode ser fundamental pra segurança do equipamento. Observar barulho estranho no deslocamento do elevador, barulho na abertura e fechamento das portas, desconforto na partida ou parada do equipamento, excesso de vibração, paradas com grandes desníveis entre o piso da cabine e do pavimento. Tudo isso pode dar indício de mau funcionamento do elevador”.

E sobre o caso ocorrido ele lembra que é fundamental que o passageiro observe se o elevador está no pavimento onde foi acionado. “Hoje em dia as pessoas estão tão entretidas com celular, por exemplo, que andam sem olhar pra onde estão pisando. É preciso manter certa distância da porta e olhar se a cabine está no mesmo andar que o passageiro”.

Esses problemas são facilmente identificados pelo usuário que deve comunicar ao síndico para então a empresa responsável pela manutenção do mesmo ser acionada. “A manutenção deve ser feita de forma preventiva, com visita do técnico uma vez ao mês pra fazer o check list e verificar se está tudo certo e fazer os ajustes necessários de lubrificação, etc. E caso necessite fazer alguma correção entra a manutenção corretiva, que vai depender da necessidade de cada equipamento”.

O condomínio deve estar muito atento à empresa que está contratando para manutenção dos elevadores. “Transportamos vidas, então é preciso estar informado sobre o histórico da empresa, a estrutura desta empresa em relação a peças e técnicos, se há um engenheiro responsável filiado ao Crea, se ela tem o RT que é o documento de responsabilidade técnica que toda empresa deve ter, e por fim se é filiada a associação ou sindicato”.